segunda-feira, 30 de abril de 2012

Escatologia


Escatologia


Introdução

           Escatologia é o estudo das coisas ocultas, daquilo que está por detrás das cortinas.
     Em Daniel 9:24-27 encontramos o anjo falando a Daniel sobre as 70 semanas designadas por Deus sobre o povo de Israel e sobre a santa cidade: Jerusalém.
     Muitos acontecimentos escatológicos estão contidos nestas setenta semanas de Daniel.  O anjo dividiu as setenta semanas em três períodos.  Vamos estudar os três períodos das setenta semanas.
  • 1º período – sete semanas
  • 2º período – sessenta e duas semanas
  • 3º período – uma semana
       As setenta semanas de anos, formando um total de 490 anos.  Destas setenta semanas, sessenta e nove semanas já aconteceram no meio do povo de Israel.  Resta apenas a última semana a se cumprir.  Isto acontecerá após o arrebatamento da igreja, pois, esta última semana é a semana da Grande Tribulação.

Vamos então por etapas:

1º período – Sete Semanas

       São os quarenta e nove anos que foram gastos na reconstrução de Jerusalém com os seus muros.  Desde a saída da ordem, disse o anjo a Daniel, até a conclusão da reconstrução, sete semanas, ou seja, 49 anos.
       Que ordem é esta?  Esta ordem foi dada pelo rei Ciro, o homem que Deus levantou para reconstruir Jerusalém.  E segundo a Bíblia, Ciro foi chamado de pastor e ungido de Deus.  Deus o constituiu ministro para este importante negócio.  Isaias 44:28, 45:1-14.  Deus falou a respeito de Ciro 200 anos aproximadamente, antes dele nascer.
       Com a derrota do império babilônico através de Dario, regente de Ciro, o império Medo-Persa tomou conta de todo o mundo e Ciro deu liberdade religiosa às nações que ao seu império ficaram submissas, e dentre essas nações, Israel foi beneficiada.  Entretanto, a Israel, não somente Ciro deu liberdade religiosa, mas também se compadeceu de uma Jerusalém destruída pelos imperadores que o antecederam e deu ordem para que toda Jerusalém com a casa de Deus e seus muros, fossem reconstruídos.  (Esdras 1:1-11, 3:7, 5:13, 6:3-4)  Depois dele, seus sucessores seguiram sua orientação, dentre eles o rei Artaxerxes.  Esdras 7:21-26
       O livro de Neemias também quase todo se dedica à reconstrução de Jerusalém com seus muros e seu templo.  Portanto, as sete primeiras semanas foram gastas na reconstrução de Jerusalém.

2º período – Setenta e Duas Semanas

       As últimas sessenta e duas semanas começaram exatamente depois da reconstrução de Jerusalém até o Calvário.  Sessenta e duas semanas de angústia e sofrimento.  Israel muito sofreu, perseguido pelos imperadores impiedosos e cruéis.  Principalmente nos 400 últimos anos, Israel muito sofreu porque teve o abandono de Deus.  Deus silenciou a respeito de Israel, não falando nem por sonho, nem por visões, nem por profetas.
       Foram quatrocentos anos de total silêncio, sem ouvir a voz de Deus.  Na época dos Macabeus então, o sofrimento foi crucial.
       No final das 62 semanas apareceu então o Messias.  E com a sua morte, foi concluído então este período igual a 434 anos.  Juntando com as outras sete semanas, ou seja, quarenta e nove anos, houve um total de sessenta e nove semanas ou 483 anos.
       Então, essas primeiras 69 semanas, foram exatamente da saída da ordem através do rei Ciro para reconstrução de Jerusalém, até a retirada do Messias.
       Estamos vivendo agora o intervalo da penúltima para a última semana.  Esta última semana está para acontecer logo após o arrebatamento da igreja.
       Do calvário para cá, Deus resolveu cancelar o programa com os judeus, metendo-o numa gaveta, a gaveta do tempo, e resolveu abrir um novo programa para um outro povo, e este povo somos nós os gentios.  Porque outrora éramos considerados publicanos, um povo desqualificado, mas pela misericórdia de Deus, por intermédio da morte vicária de Jesus Cristo, Deus olhou para o outro povo que não era o seu, isto é, os gentios (Romanos 11).
       Então os gentios por intermédio de Jesus Cristo, puderam ter acesso também a esta graça.
       A dispensação da graça então é destinada aos gentios.  Do calvário para cá um novo programa foi aberto.  Mas esta dispensação terá o seu término exatamente quando a igreja for arrebatada e isto já está para acontecer.  Antes que a última semana aconteça, Jesus virá buscar a sua igreja.

A SEGUNDA VINDA DE JESUS

       Acerca da segunda vinda de Jesus Cristo, a Bíblia nos fala 1.845 vezes, sendo, 1.527 vezes no Antigo Testamento, e 318 vezes no Novo Testamento.
       A segunda vinda de Jesus divide-se em duas fases:  fase invisível e fase visível.
       A fase invisível é o rapto ou arrebatamento da igreja.
       A fase visível é aquela em que Jesus virá já com a igreja, quando todo o olho O verá.  (Apocalipse 1:7 e Mateus 24:29-30)

3º período – Uma Semana

       De uma fase para outra, haverá um espaço de sete anos.  É justamente neste espaço, neste intervalo, entre a primeira fase e a segunda, que acontecerá a última semana que Deus mostrou a Daniel.        Uma semana de sete anos, é o período da grande tribulação na terra.  A igreja estará em delícias eternas no céu.  Ali haverá três acontecimentos importantes:
  • A noiva será apresentada ao noivo.
  • O julgamento da igreja.
  • As bodas do Cordeiro.
        Portanto aí estão as divisões da segunda vinda do nosso Senhor Jesus Cristo. Vamos estudar por partes:

FASE INVISÍVEL DA VINDA DE JESUS

O Arrebatamento

 
Disse Jesus:  “E quando estas coisas começarem a acontecer, levantai as vossas cabeças, porque a vossa redenção está próxima.”  (Lucas 21:28).
 
       Que coisas são estas?  São exatamente os sinais que antecedem este grande dia, este grande evento, o arrebatamento.
       Israel por exemplo é um desses grandes sinais.  Jesus falou acerca disso em Lucas 21: 29-30.
 
"E disse-lhes uma parábola: Olhai para a figueira, e para todas as árvores; Quando já têm rebentado, vós sabeis por vós mesmos, vendo-as que perto está já o verão".   Lucas  21.29-30
 
       A figueira é uma árvore da Palestina, que quando começa a florescer, está anunciando o verão naquela região. Jesus comparou esta figueira a Israel, dizendo que Israel é esta figueira que está florescendo, anunciando o verão espiritual do arrebatamento.  Realmente, Israel começou a florescer do ano 70 para cá.  Foi disperso por todas as nações (Lucas 21: 20-24).
       Por mais de 1900 anos, Israel esteve longe de sua terra, de seus costumes, de sua comunidade, ficando totalmente uma nação despatriada.  Entretanto, Israel se manteve fiel aos seus princípios religiosos.  Acerca disto, Deus usou o profeta Ezequiel, mandando que ele profetizasse sobre aquele vale de ossos secos.  Quando Ezequiel profetizou, cada osso se ajuntou ao seu osso e sobre os ossos apareceram nervos, carnes e pele, formando corpos, e um grande exército ficou em pé, porém não entrou neles o espírito. (Ezequiel 37: 1-14).
       A partir de 14 de maio de 1948, quando a ONU reconheceu Israel como novo Estado naquela região do Oriente, Israel que era uma das mais antigas nações, agora é uma das mais novas.  Hoje Israel é uma potência os sentidos econômicos, sociais e militares.  No mundo da agricultura, Israel mostrou verdadeira capacidade.  Agora eles têm mais de 250 mil hectares de terras, onde outrora era um deserto.  Terras infrutíferas que agora são tão férteis, produzindo frutos, flores, legumes, os quais são exportados para toda a Ásia e para Europa.
      Israel está florescendo. Só falta entrar o espírito.  E este espírito entretanto, só entrará após o arrebatamento da igreja.  (Ezequiel 37:8-10).  O que prova que está por um fio a volta de Jesus.
       Israel já se prepara para viver a última semana.  Antes de esta semana chegar, a igreja subirá ao encontro de Deus.
       Um outro sinal é a união do continente europeu para receber o seu líder.  A Europa já está se unificando para fins comerciais, políticos, econômicos e por certo, religiosos.  Ali haverá  uma só moeda, uma só bandeira, sem fronteiras comerciais.  Sendo a Europa um dos continentes mais evoluídos do mundo, por certo os demais continentes imitarão seu exemplo no sentido global.
       Já temos o Mercosul, o Merconorte e os Tigres Asiáticos.  Um só homem tomará conta do mundo inteiro, e este líder é o anticristo.  Um homem superdotado em conhecimento, em administração e em outras áreas.  Por aí se vê que o anticristo se aproxima de maneira veloz para comandar esta última semana, a semana da Grande Tribulação.  Antes dele, viera Jesus para arrebatar os salvos.
       Além destes, temos outros sinais característicos como terremotos, maremotos, fome, guerras, rumores de guerra, pestilências, como o câncer, a AIDS que aí estão desafiando a ciência.  Vemos também a crise religiosa, e a frieza na fé, a iniqüidade se multiplicando e o amor se esfriando.  (Malaquias 24: 4-14)   Jesus está voltando para buscar a sua igreja, e quando a trombeta tocar, os mortos ressuscitarão primeiro.

A RESSURREIÇÃO

       A Bíblia nos fala de duas ressurreições (Daniel 12:2).
       A primeira se divide em três grupos:
  • O primeiro grupo já aconteceu na ressurreição de Cristo (Mateus 27: 51-53 – I Coríntios 15:23)
  • O segundo grupo ressuscitará no arrebatamento da igreja (I Tessalonicenses 4: 13-18 – I Coríntios 15: 51-53)
  • O terceiro grupo ressuscitará no fim da Grande Tribulação.  Serão aqueles que não adorarem a Besta (Apocalipse 20: 4-5).

       Estes três grupos compõem a primeira ressurreição.  Bem-aventurados os que fazem parte da primeira ressurreição.
       A segunda ressurreição entretanto, dar-se-á mil anos depois, perante o Trono Branco, quando os ressuscitados serão julgados e ditatorialmente condenados (Apocalipse 20:12)
    O arrebatamento então dar-se-á desta maneira: A trombeta de Deus tocando, as sepulturas dos cemitérios de todo o mundo se abrindo, os mares, o fogo, as matas darão os seus mortos.  Os mortos ressuscitados e os vivos transformados, todos juntos voaremos ao encontro do Senhor nos ares.  Será um momento inédito em toda história da humanidade.
       Você meu irmão em Cristo, prepare-se, vigie e cuide-se, porque o momento está chegando.  Não deixe o diabo te derrubar (Mateus 25: 13, 26:41 – Marcos 13:33-377 – I Coríntios 10:12).
      O momento está chegando, maranata, o Senhor vem breve.  A igreja voará ao encontro do Senhor nas nuvens e para sempre estaremos com Ele na glória celestial.

A GRANDE TRIBULAÇÃO

       Enquanto isso, começará na terra o período mais negro da história da humanidade, o período da grande tribulação.
     Quando isto acontecer, a trindade maligna tomará conta deste mundo e governará com vara de ferro.  A partir de então, para comprar e vender, será necessário ter o sinal da besta tanto na testa como na mão.  Serão dias trabalhosos, de muita angústia, quando o povo judeu sofrerá horrores nesta terra.  Além disto, um tributo muito alto estarão pagando pela  rejeição que fizeram a Jesus quando aqui na terra esteve.  Ele foi rejeitado pelos judeus, crucificado, morto, e agora a Grande Tribulação será o grande juízo de Deus sobre todo o mundo, em especial sobre aquele povo.  Em Apocalipse 13 encontramos a trindade maligna em ação.  A Bíblia diz que João viu a Besta que saiu do mar.  Este mar aqui fala das nações e esta Besta é um homem superdotado em conhecimento, em administração, e totalmente experimentado em todas as áreas.  Este homem terá uma inteligência incalculável.
       Entretanto, veja que a aparência desta esta era muito estanha.  João viu semelhanças nela de leopardo, de urso e de leão.  O que prova que este homem será forte como estes animais.  Com a força, a coragem e a destreza do leopardo, do urso e do leão, enfim, será muito forte.  A Besta tinha sete cabeças e dez chifres.  Os chifres falam de poder e o número sete fala de perfeição.  Portanto, o anticristo tentará imitar a Deus na perfeição e na inteligência, embora não conseguindo.
       Esta Besta tinha dez chifres, o que prova que dez nações estarão ajudando o anticristo a comandar o mundo.  Dez grandes nações, dez potências.  Aí se observa que esta Besta era tremenda, poderosíssima.
       Mais adiante, neste mesmo capítulo, encontramos uma outra Besta de porte menor, com dois chifres e com aparência de Cordeiro.  Se chifres falam de poder, esta Besta também terá poder em escala menor, e claro.  A aparência de cordeiro, está falando de mansidão.  Isto leva para o lado religioso, para o lado espiritual.  Nisto vemos que satanás, astuto como é, sabe que a política não pode estar divorciada da religião, pois o homem por natureza é um ser místico, religioso, e satanás explorará este lado, levantando um falso profeta que ensinará uma falsa religião, levando o mundo a adorar a Besta maior.  Ambas as Bestas farão maravilhas espantosas em toda a face da terra (II Tessalonicenses 2: 2-11).
       Toda a terra se maravilhará e se espantará, inclusive todos adorarão a esta Besta.  O Dragão que vemos aqui no capítulo 13, é o próprio satanás e as duas Bestas aqui são o anticristo e o falso profeta.
        A maior com seu poder político e econômico e a menor é o falso profeta comandando a falsa religião.  Os dias serão tão tremendos, que Jesus disse: 
 
“Se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria.” (Mateus 24:22)
 
       Mas por causa dos escolhidos, em especial os judeus, serão abreviados aqueles dias. .
       Serão dias tenebrosos, o Espírito Santo como assistente aqui não estará mais, é claro que como Deus Ele estará porque é onipresente e está em toda parte.  Mas a nível pessoal como paracleto, não.  Pois terá subido com a igreja para a glória celestial.  Após o arrebatamento da igreja, a Bíblia será como um jornal qualquer, o tempo da graça terminará, a porá da salvação ela graça se fechará.
       O que acontecerá com você meu amado irmão, se não subires com Cristo no arrebatamento da igreja?  Cuidado!  Vigia para que não tenha que enfrentar o anticristo naqueles dias.

A CHEGADA DA IGREJA NO CÉU

       Enquanto a Grande Tribulação coma conta do mundo, a igreja estará em gozo perene no céu.  Estaremos a desfrutar de tudo que Deus reservou para os salvos na pessoa de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
       Conforme já mencionamos, com a chegada da igreja no céu, três coisas acontecerão:
01 – A noiva será apresentada ao noivo pelo Espírito Santo.  Recordo-me agora quando Eliezer, o mordomo de Abraão foi buscar uma noiva para Isaque.  Eliezer levou Rebeca através do deserto, chegou na terá de Canaã, apresentou Rebeca a Isaque que a recebeu com amor.  Que tipologia maravilhosa!  Abraão tipifica Deus o Pai, Eliezer Deus Espírito Santo, Isaque Deus o Filho Jesus Cristo, Rebeca a igreja, a noiva de Jesus (Gênesis 24).
       O Espírito Santo nosso Eliezer, está conduzindo através do deserto desta vida, a igreja de Jesus.  Mas brevemente esta Rebeca será apresentada a Isaque para viverem juntos para sempre.

02 – O julgamento da igreja no céu.  Após a apresentação, iremos para a sala do juízo e seremos julgados. Todos haveremos de comparecer perante o  tribunal de Cristo.  (II Coríntios 5:10)  Ali seremos julgados por tudo quanto houvermos feito, quer bem ou mal através do corpo.  Este mal aqui, não é um mal de pecado, se fosse pecado nem arrebatados seríamos.  Este mal é no tocante a obra do Senhor.  Tendo trabalhado de maneira displicente, ali passaremos vexames, pois o trabalho desaprovado por Deus, galardão não terá (I Coríntios 3: 10-15).  Aquele que construiu com ouro, prata ou pedras preciosas, este tal receberá galardão, porque o fogo não destruirá estas obras.  Mas aquele que construiu com madeira, feno ou palha, o tal sofrerá detrimento, entretanto, será salvo como que pelo fogo.
       Portanto, vejamos como estamos edificando sobre esta base que é Cristo.  O ouro, a prata e a pedra preciosa, falam exatamente da cooperação da Trindade Augusta e Eterna na nossa vida de obreiro aqui na terra.
       O ouro fala da realeza, da presença de Deus na vida do obreiro.  A prata fala da redenção em  Jesus por intermédio do seu sangue precioso.  As pedras preciosas falam do adorno do Espírito Santo e de sua participação na obra de Deus.
       Você obreiro que edifica com ouro, prata e pedras preciosas, está edificando com a cooperação da Trindade.  Entretanto, existem obreiros que estão edificando com madeira, feno e palha, ou seja, com filosofias da vaidade e leviandade humanas.  Destacando o seu “eu” em primeiro lugar, edificando com material totalmente destrutível.  O fogo vai destruir e o tal não receberá galardão.  Todavia será salvo como que pelo fogo.  
 
“Eis que cedo venho e o meu galardão está comigo para dar a cada um segundo a sua obra”.  (Apocalipse 22:12).
 
       Nisto vemos que o nosso galardão será de acordo com o que trabalharmos.
       O que você tem feito para Deus meu amado irmão?  Porque está parado?  Trabalhe!  Os hospitais, as penitenciárias, os crentes fracos, os desviados, as almas perdidas esperam por nós.  Você que tinha antes aquela palavra de ânimo, de carinho, sabia buscar as almas para o reino de Deus, agora cruzou os braços, cuidado!...  Jesus está te chamando d volta para o trabalho.  Quando você subir no arrebatamento, será galardoado e eu espero que receba um grandioso galardão por todo o trabalho feito para Deus na terra.

03 – As bodas do Cordeiro.  Terminando ali julgamento, iremos para uma outra sala, a sala do banquete.  Tudo no céu é lindo, maravilhoso.  Estaremos deslizando sobre as ruas feitas de ouro puro.  Passaremos por corredores nunca vistos, veremos a árvore da vida, o trono do Cordeiro e o rio da vida.  Toda a glória celestial será contemplada por mim e por você.  Ali não haverá defeitos físicos, não existirão velhos, todos estaremos transformados na presença do Senhor nosso Deus.
       No momento do banquete das Bodas do Cordeiro assentar-se-ão naquela mesa Abraão, Isaque e Jacó.  Não somente estes patriarcas, as, ali teremos Jô, Davi, Isaias, Jeremias, Ezequiel, enfim, todos os profetas.  Encontraremos com Paulo, Pedro, Tiago, todos os apóstolos, patriarcas e profetas ali estarão.  Encontraremos também com outros irmãos que já partiram para a glória celestial como Gunnar Vingren, Daniel Berg, os fundadores das Assembléias de Deus no Brasil.  Ali estaremos com João Wesley, Jorge Muller, o grande ganhador de almas Moody, enfim, aquele teu parente que morreu em Cristo ali estará.  E na cabeceira da mesa estará o Cordeiro de Deus, aquele que tem as cicatrizes da cruz.  Isto não é esplêndido?  Você contemplar Jesus Cristo?  Agora não mais aquele homem totalmente aniquilado pelas chagas do calvário, mas o Filho de Deus em corpo de glória.
       E seremos semelhantes a Ele, porque assim como é O veremos (I João 3:2).  Aí dar-se-á  o grande casamento simbólico do cordeiro com a igreja (Apocalipse 19:7-9).
       E no final da Ceia das Bodas do cordeiro, estará terminando então o sétimo ano.  Aí Deus estará dando ouvidos à oração do povo de Israel que na terra clama.  Sim, porque na terra a Grande Tribulação chega ao seu final.   Os judeus já não suportando mais começam a clamar a Deus, despertados pelo Espírito do Senhor.  Em Zacarias 12:10 está escrito que Deus derramará um espírito de graça e súplica sobre todo o povo judeu.  Eles clamarão e o Senhor os ouvirá.  Neste momento então receberemos a ordem de descer com Jesus para defender os judeus.  (Apocalipse 19: 12-21).  João viu o Filho do Homem, descendo montado num cavalo branco com as roupas salpicadas de sangue e o nome escrito “a PALAVRA DE Deus”.
       Seguiam-no os exércitos celestiais vestidos de linho puro, fino e resplandecente, e estes exércitos também vinham montados a cavalo.  É claro que tudo isto aqui é figurativo.
       Vale a pena ressaltar que esta roupa de linho puro, fino e resplandecente equivale a do exército que vem seguindo Filho de Deus.   Ora, se as vestes são as mesmas, logo, é a igreja que está descendo com Jesus.

FASE INVISÍVEL DA VINDA DE JESUS

       Sete anos após o arrebatamento e confirmando a profecia de Zacarias 14:4-5 que diz: 
 
“Eis que vem o Senhor com todos os seus santos”   Zacarias 14.4-5
 
      E também de Enoque em Judas 14 que diz: 
 
“Eis que vem o Senhor com milhares dos seus santos”   Judas 14
 
       Descerá a igreja com Jesus e aí se dará a segunda fase visível da Sua vinda.  Diz a Bíblia:  
 
Aparecerá no céu o sinal do Filho do  Homem e as potências dos céus serão abaladas.  (Mateus 24:29-30).

Aparecerá Jesus com poder e grande glória sobre as nuvens e todo o olho O verá. (Apocalipse 1:7)
 
       Neste momento a igreja descerá com Jesus e poremos os pés sobre o monte das Oliveiras.  (Zacarias 14:4-5)  É aqui que se dará a guerra do Armagedom.
 

GUERRA DO ARMAGEDOM (Julgamento das nações)

       Todos aqueles que perseguiram Israel durante a grande tribulação serão neste momento destruídos.  No momento em que descermos e pusermos os pés sobre o monte das Oliveiras, os judeus perguntarão a Jesus:  “Que feridas são estar nas tuas mãos?”  Ele responderá:
 
“São as feridas com que fui ferido em casa dos meus amigos.”  (Zacarias 13:16)

       É aí então que os judeus entenderão que aquele Messias é o mesmo Jesus que eles mataram há milênios atrás.  Diz a Bíblia que haverá um arrependimento nacional.  Chorarão como  nunca choraram, como na morte de um primogênito (Zacarias 12:10).  Neste momento então terá terminado a Grande Tribulação, os judeus serão socorridos pelo auxílio divino e se dará o julgamento das nações.  O monte das Oliveiras, onde poremos os pés, se apartará de um lado para outro e no seu meio aparecerá um gigantesco vale (Joel 3:2).  Aí o Senhor congregará todas as nações, fazendo-as descer ao vale de Josafá e ali Ele julgará as nações por causa de Israel  (Mateus 25:31-46).  Pondo então aqueles que maltrataram Israel a Sua esquerda e aqueles que defenderam Israel a Sua direita, dirá aos da direita: 
 
“Vinde benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo.”
 
       E aos da esquerda dirá:  
 
“Apartai-vos de mim malditos para o fogo eterno preparado para o diabo e seus anjos”.
 
       Isto nos mostra que essas nações que perseguiram Israel desaparecerão do mapa a partir de então.  Aqueles que defenderam os judeus entrarão no milênio e participarão da glória celestial aqui na terra.  Estas nações que defenderam os judeus, não serão salvas para sempre.  Deus apenas lhes dará uma recompensa por terem defendido os judeus no período da Grande Tribulação.

O MILÊNIO

       Naquele dia o Senhor será Rei sobre toda a terra.  Um só será o Senhor e um só será o Seu nome. (Zacarias 14:9)  A primeira medida que Jesus tomará será prender satanás no profundo do abismo (Apocalipse 20:1-2).  A Bíblia dá pelo menos quatro nomes aqui a satanás:  Dragão, Serpente, Diabo e Satanás.  Como Dragão ele mostra a sua força.  Como Serpente a sua astúcia.  A palavra Diabo vem do grego e significa acusador.  Satanás vem do hebraico e significa adversário.  Ele é tudo isso, causando perturbação às nações.  Daí a necessidade de estar preso para que haja paz no vale do Senhor.
       O sistema de governo no milênio será divino, não será monarquia, democracia, ditadura, mas será teocracia, ou seja, governo de Deus.  Este governo será infalível, inigualável, perfeito.  Jesus será Rei de toda a terra, regerá todas as nações do mundo.  Jerusalém será a capital mundial no milênio, todas as nações subirão para adorar o Rei dos Reis e Senhor dos Senhores em Jerusalém, sob pena de severas punições se não forem.  (Zacarias 14:12-19).  Aí terá início a mais linda história da humanidade desde o Éden.  No mundo animal por exemplo, haverá algumas mudanças.  A ferocidade será extinta (Isaias 11:6-9).  O lobo estará junto com o cordeiro, o leão estará junto com o boi, o leopardo com o cabrito e as crianças poderão pegas nas serpentes.  Paz haverá também no mundo anima.  Alguns animais mudarão seus hábitos alimentares.  Os animais que são carnívoros se tornarão herbívoros.  Veja o caso do leão neste mesmo texto.  (Isaias 11:6-9)  Está escrito que o leão comerá palha com o boi e se tornará herbívoro.  Haverá mudança completa no mundo animal (Isaias 11:7).
       Entre os homens também haverá paz.  As nações não aprenderão mais a guerrear.  As suas armas de guerra serão transformadas em ferramentas de trabalho (Isaias 2:2-5).  Leia ainda mais sobre o milênio em Isaias 65:20-25.
       As praças de Jerusalém estarão cheias de meninos e velhos.  Os velhos aproveitando a hora de lazer e as crianças brincando em total tranqüilidade.  (Zacarias 8: 4-5)
       Outro fato interessante que acontecerá no milênio será o mar morto tendo as suas águas saradas.  Do santuário de Jerusalém, do altar de Deus, sairão águas vivas que farão um grande rio e este rio penetrará no mar oriental.  Este mar oriental aqui é o Mar Morto.  As suas águas sararão e existirão ali peixes e os pescadores pescarão (Ezequiel 47:1-12).
       Zacarias também falou algo sobre isto no capítulo 14:8, dizendo que de Jerusalém sairão águas vivas e irão metade para o mar oriental, que é o Mar Morto, e metade para o mar ocidental, que é o Mar Mediterrâneo.  “E lá no Mar Morto, dará peixes como dá no Mar Grande”.  Este Mar Grande que Ezequiel fala, é exatamente o Mar Mediterrâneo.

TRONO BRANCO

       As nações que vierem do milênio serão reconquistadas por satanás e irão de encontro a Jerusalém para tentar destruir o Arraial dos Santos, mas descerá fogo do céu e os derrotará.
       Neste momento, Satanás será lançado no lago que arde com fogo e enxofre, onde estarão a besta e o falso profeta (Apocalipse 20:10).
       Logo após o milênio, dar-se-á a segunda ressurreição.  Anteriormente falamos que a Bíblia nos fala de duas ressurreições.  A primeira é para salvação e a segunda para perdição.  A segunda acontece neste momento, após mil anos (Daniel 12:2).  Neste texto Daniel nos fala de duas ressurreições.  Os perdidos serão ressuscitados, agora para encarar o remendo Juiz.  João viu um grande e sublime trono, um Trono Branco.  E o que estava assentado sobre ele tinha uma aparência tão tremenda que dele fugiram os céus e a terra.  Diante dele todos foram julgados, grandes e pequenos, desde o mais nobre até o plebeu.  Todos foram julgados de acordo com o que estava escrito nos livros e ditatorialmente condenados.
       O livro da Vida foi aberto como uma prova de que o nome daquela gente não se achava ali.  O julgamento meu coro irmão em Cristo, é para que cada um receba maior ou menor punição.  Jesus comprova isto fazendo um discurso ao povo em Corazim e Betsaida:  
 
“Ai de ti Corazim, ai de ti Betsaida, naquele dia haverá menor rigor para os de Tiro e de Sidom do que para vós”.  (Mateus 11:21-22).
 
       Isto é um sinal de que o fogo do inferno viera com mais ou menos rigor de acordo com o que a criatura houver praticado na terra.  Quem mais pecou, mais calor terá.  Entretanto o calor será eterno (Apocalipse 20:10).  O julgamento tem esta finalidade específica, o rigor de cada pena e pra toda a eternidade.
       Terminando o julgamento terrível, todos aqueles que ali estavam serão lançados no lago que arde com fogo e enxofre.  A seguir, provavelmente naquele tempo, os anjos ali também serão julgados.  Aqueles anjos terríveis que se rebelaram contra Deus (II Pedro 2:4 – Judas 6)
 
Terminando tudo isto, o céu e a terra passarão com grande estrondo e os elementos ardendo se fundirão (II Pedro 3:12).
 
       Daí pra frente surgirão novos céus e nova erra, onde habitará a justiça (II Pedro 3:13 – Apocalipse 21:1-8 – Isaias 66:22).
       Começa aqui, propriamente dito, o dia de Deus que é a eternidade.  Então Jesus devolverá o reino ao Pai, segundo o que nos ensinou o Apóstolo Paulo.  (I Coríntios 15:24-28).  Uma nova era começa, uma eternidade de gozo, de paz e de alegria no Espírito Santo de Deus.  Neste tempo céus e terra hão de ser a mesma grei, ou seja, tudo a mesma coisa.

       A eternidade é definida por um escritor holandês da seguinte maneira:
A eternidade é semelhante a um pássaro que sai de sua terra de mil em mil anos, e de grão em grão ele está ordenado a aplainar a mais alta montanha do mundo.  Quando houver conseguido isto, terá passado apenas um minuto da eternidade.
   Que estes estudos escatológicos sirvam para edificação de tua fé.
 
       Prepara-te.
       Maranata!  O Senhor vem breve.
       Amém!

terça-feira, 17 de abril de 2012

Policarpo


Policarpo de Esmirna (c. 69 — c. 155) foi um bispo (ou superintendente, sendo no grego Epískopos) de Esmirna (atualmente na Turquia) no segundo século. Morreu como um mártir, vítima da perseguição romana, aos oitenta e seis anos. É reconhecido como santo tanto pela Igreja Católica Romanaquanto pelas Igrejas Ortodoxas Orientais.
É um dos grandes Pastores Apostólicos, ou seja, pertencia ao número daqueles que conviveram com os primeiros apóstolos e serviram de elo entre aIgreja primitiva e a igreja do mundo greco-romano.

Vida e obras

Policarpo foi ordenado bispo de Esmirna pelo próprio João Evangelista[1]. De caráter reto, de alto saber, amor a Igreja e fiel à ortodoxia da fé, era respeitado por todos no Oriente. Com a perseguição, o Santo bispo de 86 anos, escondeu-se até ser preso e assim foi levado para o governador, que pretendia convencê-lo de negar a Cristo. Policarpo, porém, proferiu estas palavras: "Há oitenta e seis anos sirvo a Cristo e nenhum mal tenho recebido Dele. Como poderei negar Aquele a quem prestei culto e rejeitar o meu Salvador?".
Nascido em uma família cristã por volta dos anos 70, na Ásia Menor (atual Turquia), Policarpo dizia ser discípulo do Apóstolo João. Em sua juventude costumava se sentar aos pés do Apóstolo do amor. Também teve a oportunidade de conhecer Ireneu, o mais importante erudito cristão do final do segundo século. Inácio de Antioquia, em seu trajeto para o martírio romano em 116, escreveu cartas para Policarpo e para a igreja de Esmirna.
Nos dias do Papa Aniceto, Policarpo visitou Roma, a fim de representar as igrejas da Ásia Menor que observavam a Páscoa no dia 14 do mês de Nisan. Apesar de não chegar a um acordo com o papa sobre este assunto, ambos mantiveram uma amizade. Ainda estando em Roma, Policarpo conheceu alguns hereges da seita dos Valentianos (inclusive Valentim), e encontrou-se com Marcião, o qual Policarpo denominava de “primogênito de Satanás”
Apesar de escrever várias cartas, a única preservada até a data, foi a endereçada aos filipenses no ano 110
O martírio de Policarpo é descrito um ano depois de sua morte, em uma carta enviada pela Igreja de Esmirna à Igreja de Filomélio. Este registro é o mais antigo martirológio cristão existente. Diz a história que o procônsul romanoAntonino Pio, e as autoridades civis tentaram persuadí-lo a abandonar sua fé em sua avançada idade, a fim de alcançar sua liberdade. Ele entretanto, respondeu com autoridade: “Eu tenho servido Cristo por 86 anos e ele nunca me fez nada de mal. Como posso blasfemar contra meu Rei que me salvou? Eu sou um crente”!
No ano 155, em Esmirna, Policarpo é colocado na fogueira[1]. Milagrosamente as chamas não o queimaram. Seus inimigos, então, o apunhalaram até a morte e depois queimaram o seu corpo numa estaca. Depois de tudo terminado, seus discípulos tomaram o restante de seus ossos e o colocaram em uma sepultura apropriada. Segundo a história, os judeus estavam tão ávidos pela morte de Policarpo quanto os pagãos, por causa de sua defesa contra as heresias.


Policarpo de Esmirna


Policarpo de Esmirna (c. 69 — c. 155) foi um bispo (ou superintendente, sendo no grego Epískopos) de Esmirna (atualmente na Turquia) no segundo século. Morreu como um mártir, vítima da perseguição romana, aos oitenta e seis anos. É reconhecido como santo tanto pela Igreja Católica Romana quanto pelas Igrejas Ortodoxas Orientais.
É um dos grandes Pastores Apostólicos, ou seja, pertencia ao número daqueles que conviveram com os primeiros apóstolos e serviram de elo entre aIgreja primitiva e a igreja do mundo greco-romano.
Vida e obras
Policarpo foi ordenado bispo de Esmirna pelo próprio João Evangelista[1]. De caráter reto, de alto saber, amor a Igreja e fiel à ortodoxia da fé, era respeitado por todos no Oriente. Com a perseguição, o Santo bispo de 86 anos, escondeu-se até ser preso e assim foi levado para o governador, que pretendia convencê-lo de negar a Cristo. Policarpo, porém, proferiu estas palavras: "Há oitenta e seis anos sirvo a Cristo e nenhum mal tenho recebido Dele. Como poderei negar Aquele a quem prestei culto e rejeitar o meu Salvador?".
Nascido em uma família cristã por volta dos anos 70, na Ásia Menor (atual Turquia), Policarpo dizia ser discípulo do Apóstolo João. Em sua juventude costumava se sentar aos pés do Apóstolo do amor. Também teve a oportunidade de conhecer Irineu, o mais importante erudito cristão do final do segundo século. Inácio de Antioquia, em seu trajeto para o martírio romano em 116, escreveu cartas para Policarpo e para a igreja de Esmirna.
Nos dias do Papa Aniceto, Policarpo visitou Roma, a fim de representar as igrejas da Ásia Menor que observavam a Páscoa no dia 14 do mês de Nisan. Apesar de não chegar a um acordo com o papa sobre este assunto, ambos mantiveram uma amizade. Ainda estando em Roma, Policarpo conheceu alguns hereges da seita dos Valentianos (inclusive Valentim), e encontrou-se com Marcião, o qual Policarpo denominava de “primogênito de Satanás”
Epístola de Policarpo aos Filipenses
Apesar de escrever várias cartas, a única preservada até a data, foi a endereçada aos Filipenses no ano 110.
O martírio de Policarpo é descrito um ano depois de sua morte, em uma carta enviada pela Igreja de Esmirna à Igreja de Filomélio. Este registro é o mais antigo martirológio cristão existente. Diz a história que o procônsul romanoAntonino Pio, e as autoridades civis tentaram persuadi-lo a abandonar sua fé em sua avançada idade, a fim de alcançar sua liberdade. Ele, entretanto, respondeu com autoridade: “Eu tenho servido Cristo por 86 anos e ele nunca me fez nada de mal. Como posso blasfemar contra meu Rei que me salvou? Eu sou um crente”!
No ano 155, em Esmirna, Policarpo é colocado na fogueira  Milagrosamente as chamas não o queimaram. Seus inimigos, então, o apunhalaram até a morte e depois queimaram o seu corpo numa estaca. Depois de tudo terminado, seus discípulos tomaram o restante de seus ossos e o colocaram em uma sepultura apropriada. Segundo a história, os judeus estavam tão ávidos pela morte de Policarpo quanto os pagãos, por causa de sua defesa contra as heresias.

O martírio de Policarpo, bispo de Esmirna. 
Policarpo morreu mártir naquele tempo, (a data do martírio, que Eusébio, na Crónica, coloca em 177, é fixada na época de Antonino Pio) enquanto a Ásia era assolada por grandíssimas perseguições. Julgo absolutamente necessário contar o relato da sua morte, conservado ainda hoje por escrito. Existe, com efeito, a carta dirigida às dioceses da região em nome da Igreja de que ele estava à frente, que assim diz a seu respeito:
"A Igreja de Deus que reside em Esmirna à Igreja de Deus que reside em Filomélio e a todas as dioceses da santa Igreja católica espalhadas em todo o lugar. Multipliquem-se a misericórdia, a paz e o amor de Deus Pai e do nosso Senhor Jesus Cristo. Escrevemos-vos, irmãos, a propósito daqueles que sofreram o martírio e do bem-aventurado Policarpo, que com o seu martírio como que selou e concluiu a perseguição".
Portanto, antes da história de Policarpo, nela se narram as dos demais mártires, descrevendo a firmeza por eles mostrada perante os tormentos. Diz-se, com efeito, que os espectadores presentes no circo  ficaram pasmados a vê-los: lacerados pelos flagelos até às veias e artérias mais profundas, ao ponto que se chegou a ver até as partes mais escondidas deles; estendidos sobre abrolhos e pontas aguçadas; e por fim, após ter sofrido toda a espécie de suplício e tortura, eram dados de comer às feras. Contam que se destacou em particular o corajoso Germânico, que superou com a graça divina o medo inato da morte física. E enquanto o procônsul queria dissuadi-lo, alegando a sua idade e suplicando-lhe, já que era ainda tão jovem e estava na flor dos anos, que tivesse piedade de si mesmo, ele não hesitou e com coragem atraiu a fera sobre si, quase obrigando-a e excitando-a, para que o libertasse quanto antes desta vida injusta e iníqua. Perante a nobre morte deste, a multidão inteira ficou estupefacta pela coragem do pio mártir e pelo valor de toda a estirpe cristã, e começou a gritar em uníssono: "Fora com os ateus! Busque-se Policarpo!". A tais gritos seguiu-se um grande tumulto, e um tal, frígio de estirpe, de nome Quinto, que tinha chegado recentemente da  Frígia, vendo as feras e todos os outros suplícios que o ameaçavam, desanimou e cedeu, renunciando por fim à salvação. O texto da supracitada carta refere que ele se apresentou em tribunal juntamente com outros, mais por presunção, que por devoção: a sua queda ofereceu portanto a todos um claro exemplo de como não se deviam enfrentar semelhantes riscos sem convicção. Assim morreram estes homens.
Quanto ao mui admirável Policarpo, ao ouvir estas coisas primeiramente permaneceu calmo, mantendo-se firme e íntegro como sempre, e quis ficar na cidade, mas depois obedeceu aos companheiros que lhe rogavam e suplicavam que se afastasse, e retirou-se para uma herdade não longe da cidade, onde viveu com poucos companheiros, não fazendo mais, noite e dia, que perseverar nas orações ao Senhor. Orando, invocava e implorava a paz para as Igrejas de toda a terra, como tinha sempre sido seu hábito. Três dias antes da sua detenção, teve de noite uma visão, e viu o travesseiro que estava por debaixo da sua cabeça incendiar-se subitamente e consumir-se. Ao que acordou e explicou imediatamente a visão aos presentes, embora sem predizer o futuro e anunciar claramente aos companheiros que devia morrer por Cristo na fogueira. Visto que aqueles que tinham sido encarregados dele, o procuravam  com grande zelo, constrangido pelo afecto e pelo apego dos irmãos, diz-se que se transferiu para uma outra herdade; e aqui, pouco depois, sobrevieram os seus perseguidores e prenderam dois servos que encontraram ali. Por um deles vieram a saber, torturando-o, o esconderijo de Policarpo. Chegados lá a horas tardias, encontraram-no a repousar num sotão, de onde lhe teria sido possível passar para uma outra casa, mas ele não quis e disse: "Seja feita a vontade de Deus". Tendo sabido da sua presença, como refere o relato, desceu e falou com eles com um rosto dulcíssimo e tão alegre, que a esses, que nunca o tinham conhecido antes, pareceu ver um milagre, quando observaram esse homem de idade avançada pelo porte venerando e calmo, e se admiraram de tanta preocupação para prender um semelhante velho. Sem demoras ele mandou preparar imediatamente uma mesa para eles e os convidou para um abundante almoço, depois pediu-lhes uma hora somente, para orar em paz. Concederam-lha e ele, levantando-se, orou cheio da graça do Senhor, ao ponto que os presentes, ouvindo-o orar, ficaram estupefactos e muitos deles lamentaram que um velho tão venerando e pio estivesse para ser morto. O escrito que lhe diz respeito continua textualmente assim:
"Quando terminou a oração, após ter recordado todos aqueles que tinha encontrado, pequenos e grandes, ilustres e desconhecidos, e a inteira Igreja católica espalhada no mundo, chegando a hora de ir, puseram-no sobre um jumento e levaram-no para a cidade, um sábado de festa. Encontraram-no o irenarca Herodes e seu pai Niceta, os quais, fazendo-o subir para a sua carroça, sentaram-se perto dele e procuraram convencê-lo, dizendo: "Que mal há em dizer: César senhor, e em sacrificar para salvar-se?". Ele primeiro não respondeu, depois, dado que eles insistiam, disse: "Não pretendo fazer o que me aconselhais". Então, não conseguindo persuadi-lo, dirigiram-lhe palavras torpes e o fizeram descer tão apressadamente, que saindo da carroça feriu-se na canela, mas ele, sem se voltar, como se não tivesse sentido nada, prosseguiu a pé apressadamente e de bom grado, e foi conduzido ao estádio. Aqui o clamor era tão grande, que ninguém poderia fazer-se ouvir. Mas à entrada de Policarpo no estádio uma voz desceu do céu: "Sê forte, Policarpo, e comporta-te como um homem!". Ninguém viu quem falava, mas muitos dos nossos que estavam presentes ouviram essa voz . Enquanto era conduzido, houve um  grande tumulto por parte de quantos tinham ouvido que Policarpo tinha sido preso. Chegando à frente, o procônsul perguntou-lhe se era Policarpo, e visto que ele o confirmou, tentou persuadi-lo a abjurar dizendo: "Respeita a tua idade", e outras coisas semelhantes que costumam dizer, como: Jura pelo génio de César, arrepende-te, diz: 'Fora com os ateus! Então Policarpo, olhando com o rosto sério a multidão que estava no estádio, agitou para ela a mão e gemendo levantou os olhos ao céu, e disse: "Fora com os ateus!". Mas o procônsul insistia: "Jura, e te deixarei ir. Insulta Cristo". Policarpo respondeu: "Sirvo-o há oitenta e seis anos e não me fez algum mal: como posso blasfemar o meu rei, aquele que me salvou?". E o outro insistia: "Jura pelo gênio de César". Então Policarpo disse: "Se te iludes que eu jure pelo gênio de César, como dizes fingindo não saber quem sou eu, ouve bem: eu sou cristão. “E se quiseres conhecer a doutrina do Cristianismo, concede-me um dia e fica-me a ouvir”. Respondeu o procônsul: "Convence o povo!". E Policarpo: "A ti estimei digno de um discurso, porque nos ensinaram a tributar aos magistrados e às autoridades instituídas por Deus a honra que lhes compete, se isto não nos trouxer dano, mas estes não merecem ouvir a minha defesa". Retomou o procônsul: "Tenho feras. Entregar-te-ei a elas, se não mudares de ideias". Respondeu Policarpo: "Chama-as. “Não mudaremos de opinião para ir do melhor para o pior, enquanto é belo passar do mal para a justiça”. E o outro: "Far-te-ei domar pela fogueira, se não te importam as feras, a menos que tu mudes de ideias". E Policarpo: "Tu ameaças um fogo que queima um momento e pouco depois se apaga, porque não conheces o fogo do juízo que virá e da punição eterna reservada aos ímpios. Mas por que demoras? Faz vir o que quiseres". Dizendo estas e muitas outras coisas ainda, se encheu de coragem e de alegria, e o seu rosto se encheu de graça, assim que não só não se assustou com as palavras lhe dirigidas, mas foi antes o procônsul a ficar comovido, e mandou um arauto ao meio do estádio anunciar três vezes: Policarpo confessou ser cristão. Assim que o arauto o anunciou, toda a multidão de pagãos e de Judeus habitantes em Esmirna gritou com grande voz  e com ira incontível: "Este é o mestre da Ásia, o pai dos Cristãos, o destruidor dos nossos deuses, aquele que ensina a muitos a não sacrificar e a não adorar". Assim dizendo, gritaram e pediram ao asiática Filipe para que soltasse um leão contra Policarpo, mas ele respondeu  que não lhe era permitido visto que o espetáculos das feras tinha acabado. Então puseram-se todos a reclamar com grande voz que  Policarpo fosse queimado vivo. Devia assim cumprir-se a visão do travesseiro que lhe apareceu enquanto orava, quando o viu arder, e virado para os fiéis que estavam com ele, profetizou: "Devo ser queimado vivo". O que aconteceu quase antes que fosse dito, já que a multidão recolheu  imediatamente das oficinas e das termas madeira e faxinas, e se entregaram a esta tarefa com brio sobretudo os Judeus, como era seu hábito. Assim que a fogueira ficou pronta, após ter tirado sozinho todas as roupas, solto o cinto, começou a tirar também as sandálias, coisa que antes nunca fazia por si, porque todo o fiel procurava fazê-lo para ser o primeiro a tocar a sua pele: por causa da sua santidade, foi de fato honrado em tudo ainda antes da velhice. Portanto se lhe puseram logo à volta os materiais preparados para a fogueira. Quando foram para pregá-lo, disse: "Deixai-me assim. Porque “aquele que me concede suportar o fogo, me concederá também resistir firme na fogueira sem necessidade dos vossos pregos”. Então não o pregaram, mas o amarraram. Postas as mãos atrás das costas, foi amarrado, como um carneiro escolhido de um grande rebanho em holocausto aceito a Deus todo-poderoso, e disse: "Pai do teu amado e bendito Filho Jesus Cristo, por meio do qual te conhecemos, Deus dos anjos e das potestades, te bendigo por me teres julgado digno deste dia e deste  momento, fazendo-me participante, no número dos mártires, do cálice do teu Cristo para a ressurreição da alma e do corpo na vida eterna e na incorruptibilidade do Espírito Santo. Possa eu hoje ser acolhido entre eles diante de ti num sacrifício cevado e agradável, como tu mesmo me preparaste e manifestaste e levas agora a cumprimento, Deus veraz e leal. Por isso eu te louvo também por todas as coisas, te bendigo, te dou glória por meio do pontífice eterno Jesus Cristo teu Filho dilecto, e por seu meio seja a glória a ti em união com Ele no Espírito Santo agora e sempre nos séculos vindouros, amem".
"Pronunciado o amem e terminada a oração, os encarregados acenderam o fogo, e enquanto lavrava uma grande chama assistimos a um milagre, nós a quem foi dado ver e que fomos conservados para contar aos outros o que aconteceu. O fogo, com efeito, tomou a forma de abóbada, como uma vela de barco inchada pelo vento, e circundou o corpo do mártir, que estava no meio dele não como carne que queimava, mas como ouro e prata sendo refinados numa fornalha. E nós sentimos um odor intenso como o perfume de incenso ou de outros aromas preciosos. Aqueles malvados, por fim, vendo que o fogo não conseguia consumir o seu corpo, ordenaram a um confector (o executor, aquele que na arena 'acabava' com o lutador ou a fera já ferida) ir cravar uma espada nele. Feito isto, saiu uma tal quantidade de sangue dele, que o fogo se apagou e toda a multidão pasmou com uma tão grande diferença entre os não crentes e os eleitos, um dos quais foi certamente o maravilhoso Policarpo, mestre apostólico e profético nosso contemporâneo, bispo da Igreja católica de Esmirna: toda a palavra que saiu da sua boca se cumpriu e se cumprirá. Mas o Maligno, rival astuto, adversário da estirpe dos justos, vendo a grandeza do seu martírio, a sua conduta desde sempre irrepreensível, a coroa da incorruptibilidade de que estava cingido, o premio incontestável obtido, agiu para que pelo menos o seu cadáver não fosse recolhido por nós, malgrado muitos desejassem fazê-lo para ter consigo o seu santo corpo. Alguns sugeriram, por conseguinte, a Niceta, pai de Herodes e irmão de Alce, que suplicasse ao governador para que não entregasse o seu corpo, 'por temor' disse 'que se ponham a venerar este, esquecendo o Crucificado'. Disseram isto aconselhados e instigados pelos Judeus, que nos espiavam quando estávamos para tirá-lo da fogueira, porque não sabem que nós nunca poderemos abandonar nem Cristo, que sofreu a paixão para a salvação daqueles que no mundo inteiro são salvos, nem venerar algum outro. Porque a Ele, nós o adoramos enquanto Filho de Deus, ao passo que os mártires, os amamos justamente enquanto discípulos e imitadores do Senhor por causa do seu  insuperável  amor pelo seu rei e mestre. Queira o céu que também nós possamos ser companheiros e condiscípulos deles! O centurião, então, vendo a contenda provocada pelos Judeus, fez colocar o cadáver no meio, segundo o seu  hábito ordenou queimá-lo.