segunda-feira, 9 de abril de 2012

O Culto a deusa-mãe dos Efesios e outros



Matéria extraída de uma ou mais 


obras literárias


     Em RomaDiana era a deusa da lua e da caça, mais conhecida como deusa pura, filha de 
Júpiter e de Latona, e irmã gêmea de Febo. Era muito ciosa de sua virgindade. Na mais 
famosa de suas aventuras, transformou em um cervo o caçador Acteão, que a viu nua durante 
o banho. Indiferente ao amor e caçadora infatigável, Diana era cultuada em templos rústicos 
nas florestas, onde os caçadores lhe ofereciam sacrifícios. Na mitologia romana, Diana era 
deusa dos animais selvagens e da caça, bem como dos animais domésticos. Filha de Júpiter 
e Latona, irmã gêmea de Apolo, obteve do pai permissão para não se casar e se manter 
sempre casta. Júpiter forneceu-lhe um séquito de sessenta oceânidas e vinte ninfas que, 
como ela, renunciaram ao casamento. Diana foi cedo identificada com a deusa grega 
Ártemis e depois absorveu a identificação de Artemis com Selene (Lua) e Hécate (ou Trívia), 
de que derivou a caracterização triformis dea ("deusa de três formas"), usada às vezes na 
literatura latina. O mais famoso de seus santuários ficava no bosque junto ao lago Nemi, perto 
de Arícia
todos unanimemente ­levantaram a voz, ­clamando por espaço de quase duas horas:       
    Grande é a Diana dos efésios” (At 19.34) 
Em dado momento, abrem-se par em par as portas de cipreste do templo. As multidões que
convergiam de todas as partes da Ásia Menor, da Galácia, da Capadócia, da Macedônia e 
da Acaia, tanto sãos como enfermos, aleijados com as suas muletas, cegos guiados por 
crianças, paralíticos carregados em padiolas, se comprimem entre as colunas fronteiras à 
fachada. Todos esperam o momento de erguer-se o véu da deusa. 

“Um longo clangor de trombeta, um rápido estrurgir de tambores e, em seguida, um intervalo 
de silêncio. Uma nuvem de incenso paira na praça. Dentro e fora do templo os fiéis se 
prosternam retendo o fôlego. O véu de seda é lentamente retirado. Sobre o pedestal de 
mármore negro, cercado de misteriosos hieróglifos indecifráveis, ergue-se a deusa Diana de 
Éfeso, que Apolo enviou do céu à terra. 

“No momento em que foi desvendado, um brado comovido se propagou do salão para o 
pórtico e do pórtico para a praça, onde milhares de fiéis estavam prostrados em terra. 

- Viva a grande Diana dos efésios! 
“Um êxtase de esperança e de temor dominou a multidão que se quedou de olhos fechados, 
lábios contraídos e frontes a se tocarem uma nas outras... Levantando-se então os fiéis 
seguiram de roldão para as portas do templo. Os cegos, os coxos e os enfermos avançavam 
como podiam, com os pés ou de rastos, em direção à deusa que não viam, amparando-se 
uns aos outros e gritando suas orações. Aqui e ali vozes delirantes soavam: 


– Milagre! Milagre! O coxo está caminhando! O enfermo desceu da cama! 

“A esses brados saía do templo um grupo de sacerdotes e, atravessando a multidão, eles 
reuniam as muletas jogadas fora, para pendurá-las como troféus nas paredes do templo, em 
homenagem à grande deusa Diana”.1 

Com essas palavras, o escritor judeu-cristão polonês, Sholem Asch, descreveu o culto à 
deusa Diana, tão popular na região da Ásia Menor, nos primórdios da Era Cristã. Como 
podemos conferir, qualquer semelhança com os cultos modernos às chamadas “Nossas 
Senhoras” não é mera coincidência, mas perpetuação de uma milenar tradição de culto a 
deusas, hoje disfarçada com matiz cristã. E não estamos falando de uma pequena seita 
obscura, existente em algum povo atrasado em um país exótico, mas de uma religião que 
possui milhões de adeptos, com uma força de devoção que chega à beira da loucura: o 
“marianismo”. 

    E não é preciso ser teólogo para perceber isso. Qualquer conhecedor de História pode 
constatar. Em uma revista de circulação nacional foi publicada uma matéria com o título: “No 
princípio, eram as deusas”. O texto se desenvolve da seguinte forma: “As deusas só foram 
destronadas com o advento das religiões monoteístas, que admitem um só deus, masculino. 
Com a difusão do cristianismo, as antigas deusas são banidas do imaginário popular. No 
Ocidente, algumas acabaram associadas à Virgem Maria, mãe do Deus dos cristãos, outras 
se transformaram em santas... Nos primeiros séculos cristãos, Ísis passou a ser identificada 
com Maria”. O historiador Will Durant em sua História da Civilização diz: “O povo adorava-a 
(Isis) com especial ternura e erguia-lhe imagens, consideravam-na Mãe de Deus; seus 
tonsurados sacerdotes exaltavam-na em sonoros cantos...e mostravam-na num estábulo, 
amamentando um bebê miraculosamente concebido...Os primitivos cristãos muitas vezes se 
curvavam diante das estátuas de Ísis com o pequeno Hórus ao seio, vendo nelas outra forma 
do velho e nobre mito pelo qual a mulher , criando todas as coisas, tornou-se por fim a Mãe 
de Deus (grifo do autor) 2 ”. 


                               Status de deusaO paganismo não se conformou em ficar sem suas deusas. Assumindo características 
culturais e étnicas de cada nação, o culto à deusa Maria foi se adaptando à devoção popular 
com uma versatilidade incrível. Desde suntuosos santuários até silhuetas em vidros e grãos 
de milho, inúmeras aparições no mundo inteiro dão status de deusa a estas supostas 
aparições, incorporando-as ao acervo popular de inúmeras nações. 

No Brasil, a chamada “Senhora Aparecida” possui traços raciais negros e seu culto está 

muito ligado à cultura afro. Seu santuário, na cidade de Aparecida, chega a receber 6,5 
milhões de visitantes por ano. Em Portugal, a deusa Maria, conhecida como “Senhora de 
Fátima”, assume características raciais européias, bem como a “Senhora de Lourdes”, na 
França. Elas recebem, respectivamente, cerca de 4,2 milhões e 5,5 milhões de visitas por 
ano. Entre outras divindades nacionais, ainda podemos citar a “Senhora de Guadalupe”, no 
México, e a “Senhora da Estrela da Manhã”, no Japão. 

Não é óbvio presumirmos que as antigas divindades tutelares reverenciadas no passado 

apenas mudaram de nome? Diana para os efésios, Nun para os ninivitas, Ishtar para os 
babilônios, Kali para os hindus e, assim, continuam sendo cultuadas por meio de um 
pseudocristianismo. 

Além de divindades nacionais, o marianismo assume características ­regionais e funcionais, 

asse­nhoreando-se de cidades e regiões, assumindo diferentes nomes e funções. Assim, 
temos no Brasil a “Nossa Senhora do Monte Serrat”, “Nossa Senhora do Rosário”, “Nossa 
Senhora das Dores”, “Nossa Senhora das Graças” e “Nossa Senhora do Parto”, entre outras. 
Na verdade, muito do que as estatísticas chamam de cristãos não passam de grosseiros 
pagãos, aprisionados por superstições e servindo a falsos deuses. 

Curiosa é a descrição da deusa Diana feita por R.N. Champlin. Esse renomado teólogo diz 

que a deusa Diana e a deusa Maria se confundem, o que torna difícil encontrar a diferença 
entre a “Diana dos efésios” e a “Maria dos efésios”. Em 431 d.C., a idolatria tornava a entrar 
pela porta de onde saíra: “Em Éfeso ela recebeu as mais altas honrarias. De acordo com 
uma inscrição existente no local, ela trazia estes títulos: Grande Mãe da Natureza, 
Patrocinadora dos Banquetes, Protetora dos Suplicantes, Governanta, Santíssima, Nossa 
Senhora, Rainha, a Grande, Primeira Líder, Ouvidora...”2 (grifo do autor). A ascensão de 
Maria 
Segundo o catolicismo, “finalmente, a Imaculada Virgem, preservada imune de toda mancha 
da culpa original, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória 
celeste. E para que mais plenamente estivesse conforme a seu Filho, Senhor dos senhores e 
vencedor do pecado e da morte, foi exaltada pelo Senhor como Rainha do universo. A 
assunção da Virgem Maria é uma participação singular na ressurreição de seu Filho e uma 
antecipação da ressurreição dos outros cristãos”.3 
Qualquer conhecedor das Escrituras fica aborrecido ­diante de tamanha distorção. A humilde 
camponesa de Belém, que singelamente aceitou sua missão de ser a mãe de Jesus, foi, ao 
longo dos séculos, transformada em uma divindade pagã. 
Em toda a Bíblia, a figura de Maria não recebe qualquer posição especial com relação a 
Jesus ou ao plano de salvação: 

      • Jesus não a chamava de mãe, mas de mulher (Jo 4.4; 19.26); 
     • Aos que a definiram como sua mãe Ele fez questão de mostrar que seus familiares são 
os seus seguidores (Mt 12.46-50); 

     • Quando quiseram atribuir alguma honra a Maria pelo fato de ter dado à luz a Jesus, Ele 

fez questão de mostrar que há honra maior em obedecer a Deus (Lc 11.27-28); 

   • Nenhum dos apóstolos fez qualquer menção a ela, seja Paulo, Pedro, Tiago, João ou Judas. 
Mas quando olhamos para o marianismo, não vemos apenas uma ascensão física, mas uma 

ascensão de importância que vem, através dos séculos, transformando a mãe de Jesus na 
figura central do Catolicismo e, conseqüentemente, da fé popular. 

Como isso foi possível? Como a Igreja Católica pôde transformar uma figura que não recebeu 

nenhum destaque no Novo Testamento na peça mais importante de sua religião? Como essa 
igreja conseguiu, em nome do Cristianismo, desobedecer ao mandamento tão claro: “Não 
terás outros deuses diante de mim?” (Êx 20.3). A tolerância, no entanto, é uma faca de dois 
gumes que, se exagerada, pode permitir que uma virgem se torne uma meretriz: “Mas tenho 
contra ti que toleras a Jezabel, mulher que se diz profetisa. Com o seu ensino ela engana os 
meus servos, seduzindo-os a se prostituírem e a comerem das coisas sacrificadas aos 
ídolos” (Ap 2.20). Quando os verdadeiros crentes precisaram tomar uma atitude mais severa, 
eles se calaram e a conseqüência disso foi a forte idolatria que se camuflou com o título de 
cristianismo. Assim, com o passar dos anos Maria foi acumulando títulos, adquirindo mais 
prestígio do que a própria Trindade. 

Além da conhecida designação de “Nossa Senhora”, ela recebeu outras nomeações, como 

Medianeira, Imaculada (sem pecado), Mãe dos Homens, Mãe da Igreja, Rainha dos Céus, 
Co-redentora etc. A força de seu culto supera qualquer outro movimento dentro do 
Catolicismo. 
A mariolatria continua mais forte do que nunca 
A devoção às deusas do catolicismo cresceu nas últimas décadas e continua crescendo. Por 
meio de abaixo-assinado na internet para pressionar o papa João Paulo II a conceder a 
Maria de Nazaré o que os católicos chamam de “Quinto Dogma”, cinco milhões de 
assinaturas já foram levantadas. O “Quinto Dogma”, título oficial de co-redentora da 
humanidade, confere à santa a posição de quarta pessoa da Trindade. 

O movimento que busca essa “conquista” chama-se Vox Populi Mariae Mediatrice e é 

liderado pelo “teólogo” Mark Miravalle, professor da Universidade Franciscana de 
Steubenville, no estado de Ohio, EUA. Pelo menos 500 bispos e 42 cardeais já assinaram o 
abaixo-assinado, conforme matéria publicada pela revista Tudo em setembro de 2001. 

O papa atual foi e é um dos grandes fomentadores desse culto idólatra. O lema de seu 

brasão de pontificado, Totus tuus, significa sua entrega total a Maria. Sua primeira viagem, 13 
dias após a eleição, foi a um santuário mariano nas proximidades de Roma. Desde então, o 
papa não perde a oportunidade de reafirmar seu culto à mãe de Jesus e de lembrar que foi 
“Nossa Senhora de Fátima” quem o salvou do atentado a tiros que sofreu em 1981. 

No século XX, foram registradas em todo o mundo cerca de 200 supostas aparições da 

virgem Maria. Os dogmas da imaculada conceição e da assunção de Maria, proclamados no 
século XIX, colaboraram para todo esse entusiasmo. Lamentamos o fato de que a humilde Maria não tem nenhuma culpa em toda essa idolatria 
cometida em seu nome. Com certeza, as rezas, os cânticos, os sacrifícios e as promessas 
não vão para ela que, assim como os demais servos do Senhor, também está aguardando a 
ressurreição dos mortos. A história do concílio de Éfeso 

O concílio de Éfeso não instituiu a adoração a Maria, apenas sancionou-a. Até então se 

tratava de um sentimento religioso popular. Depois disso, passou a ser matéria teológica. 
Pior que uma prática idólatra permitida é uma prática idólatra teologicamente defendida. E foi 
justamente isso que esse concílio significou para o cristianismo: o passaporte de entrada da 
deusa Diana para dentro da Igreja Cristã. 

Hoje, fala-se muito do concílio de Éfeso como “uma questão cristológica”. O que estava em 

jogo não era se Maria deveria ser chamada de mãe de Deus ou não, mas se o Filho nascido 
dela possuía apenas a natureza humana ou as duas naturezas: a humana e a divina. O 
resultado positivo foi o estabelecimento da natureza hipostática de Cristo, verdadeiro Deus e 
verdadeiro homem. 

Mas a deturpação veio de carona. Todo o ambiente que cercou esse Concílio foi repleto de 

intrigas, corrupções, ódios e idolatria, mais especificamente idolatria mariana. O historiador 
Edward Gibbon referiu-se ao concílio de Éfeso como um “tumulto episcopal, que na distância 
de treze séculos assumiu o venerável aspecto de Terceiro Concílio Ecumênico”.4 

Nestor, patriarca de Constantinopla, se recusava a conferir o título de “Mãe de Deus” a Maria. 

“Na Síria, a escola de Nestor tinha sido ensinada a rejeitar a confusão das duas naturezas, e 
suavemente distinguir a humanidade de seu mestre Cristo da divindade do Senhor Jesus. A 
bendita virgem era honrada como a mãe do Cristo, mas os seus ouvidos foram ofendidos 
com o irrefletido e recente título de Mãe de Deus, que tinha sido insensivelmente adotado 
desde a controvérsia ariana. Do púlpito de Constantinopla, um amigo do patriarca e depois o 
próprio patriarca, repetidamente pregou contra o uso, ou o abuso, de uma palavra 
desconhecida pelos apóstolos, não autorizada pela igreja, e que apenas tendia a alarmar os 
tímidos”, diz Gibbon (grifo do autor). 

Cirilo, então bispo de Alexandria, acusou-o de heresia e tratou rapidamente de convencer 

Celestino, bispo de Roma, de seu ponto de vista. Para resolver a questão, foi então decidido 
um Concílio Universal, sediado na cidade de Éfeso, na Ásia Menor, que ficaria acessível tanto 
por mar quanto por terra, para ambas as partes conflitantes. 

Cirilo usou todos os artifícios para persuadir o povo a tomar seu partido. Vejamos o que disse 

Gibbon a respeito: “O despótico primado da Ásia (Cirilo) dispôs prontamente de trinta a 
quarenta votos episcopais: uma multidão de camponeses e os escravos da Igreja foram 
derramados na cidade para sustentar com barulhos e clamores um argumento metafísico; e o 
povo zelosamente afirmou a honra da Virgem, de quem o corpo repousava dentro dos muros 
de Éfeso. O navio que havia transportado Cirilo de Alexandria foi carregado com as riquezas 
do Egito; e ele desembarcou um numeroso corpo de marinheiros, escravos e fanáticos, 
aliciados com cega obediência sob a bandeira de São Marcos e a mãe de Deus. Os pais e 
ainda os guardas do concílio estavam receosos devido àquele desfile esplendoroso de 
roupas guerreiras; os adversários de Cirilo e Maria foram insultados nas ruas ou destratados 
em suas casas; sua eloqüência e liberalidade fizeram um acréscimo diário ao número de seu 
aderentes... 

“Impaciente com uma demora que ele estigmatizou como voluntária e culpável, Cirilo anunciou 

a abertura do Sínodo dezesseis dias após a Festa do Pentecoste. A sentença, 
maliciosamente escrita para o novo Judas (isto é, Nestor), foi afixada e proclamada nas ruas 
de Éfeso: os cansados prelados, assim que publicaram para a igreja com respeito à mãe de 
Deus, foram saudados como campeões, e sua vitória foi comemorada com luzes, cantos e 
tumultos noturnos. 

“No quinto dia, o triunfo foi obscurecido pela chegada e indignação dos bispos orientais (do 

partido de Nestor). Em um cômodo da pensão, antes que ele tivesse limpado o pó de seus 
pés, João de Antioquia tinha dado audiência para Candidian, ministro imperial, que relatou 
seus infrutuosos esforços para impedir ou anular a violenta pressa dos egípcios. Com igual 
violência e rapidez, o Sínodo Oriental de cinqüenta bispos degradou Cirilo e Memnon de suas 
honras episcopais; condenou, em doze anátemas, o mais puro veneno da heresia apolinária; 
e descreveu o primado alexandrino (Cirilo) como um monstro, nascido e educado para a 
destruição da igreja. 

“Pela vigilância de Memnon, as igrejas foram fechadas contra eles, e uma forte guarnição foi 

colocada na catedral. As tropas, sob o comando de Candidian, avançaram para o assalto; as 
sentinelas foram cercadas e mortas à espada, mas o lugar era inexpugnável; os sitiantes 
retiraram-se; sua retirada foi perseguida por um vigoroso grupo; eles perderam seus cavalos 
e muitos soldados foram perigosamente feridos com paus e pedras. Éfeso, a cidade da 
virgem, foi profanada com ódio e clamor, com sedição e sangue; o sínodo rival lançou 
maldições e excomunhões de sua máquina espiritual; e a corte de Teodósio ficou perplexa 
pelas narrativas diferentes e contraditórias dos partidos da Síria e do Egito. Durante um 
período tumultuado de três meses o imperador tentou todos os meios, exceto o mais eficaz, 
isto é, a indiferença e o desprezo, para reconciliar esta disputa teológica. Ele tentou remover 
ou intimar os líderes por uma sentença comum de absolvição ou de condenação; ele investiu 
seus representantes em Éfeso com amplos poderes e força militar; ele escolheu de ambos os 
partidos oito deputados para uma suave e livre conferência nas vizinhanças da capital, longe 
do contagioso frenesi popular. 

“Mas os orientais se recusaram a ceder e os católicos, orgulhosos de seu número e de seus 

aliados latinos, rejeitaram todos os termos de união e tolerância. A paciência do manso 
imperador Teodósio foi provocada, e ele dissolveu, irado, este tumulto episcopal, que na 
distância de treze séculos assumiu o venerável aspecto de Terceiro Concílio Ecumênico. 
‘Deus é minha testemunha’, disse o piedoso príncipe, ‘que eu não sou o autor desta confusão. 
Sua providência discernirá e punirá o culpado. Voltem para suas províncias, e possam suas 
virtudes privadas reparar o erro e o escândalo deste encontro’. “(...) os abades Dalmácio e 
Êutico tinham devotado seu zelo à causa de Cirilo, o adorador de Maria, e à unidade de 
Cristo. Desde o primeiro momento de sua vida monástica eles nunca tinham se misturado 
com o mundo ou pisado no chão profano da cidade. Mas neste terrível momento de perigo 
para a igreja, seus votos foram superarados por um mais sublime e indispensável dever. À 
frente de uma ordem de eremitas e monges, carregando archotes em suas mãos e cantando 
hinos à mãe de Deus, eles foram de seus mosteiros ao palácio do imperador”5 (grifo do 
autor). 

Longe de ser uma disputa teológica, na qual a Palavra de Deus era o padrão da verdade, 

essa foi uma guerra política, ocasião em que Maria foi proclamada a “mãe de Deus”, 
iniciando uma ascensão que fez dela a deusa que é hoje. 
    Nem todas as sutilezas teológicas produzidas pelo catolicismo terão poder de inocentar os 

milhões apri-sionados na idolatria mariana. Nenhum longo tratado, nenhuma citação da 
patrística e nenhuma alegação da tradição serão suficientes para apagar dessas almas 
manchadas o envolvimento com essas entidades que se intitulam “Senhoras”. São mais de 
quinze séculos de práticas pagãs, justificadas por argumentos ilegítimos, tentando tornar 
aceitável o inaceitável. 

Mas o fundamento de Deus permanece. “Não terás outros deuses diante de mim”, diz o 

Senhor. E muito menos deusas!

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